sexta-feira, 18 de maio de 2012

BEYONCÉ PODE SER VOCÊ, BASTA TRILHAR O CAMINHO DOS TIJOLOS AMARELOS.


"CINE OLHAR (D)ESCRITO" é uma sessão criada por Diaulas Ullysses para o CINE JORNAL ABC - projeto que vem escrever, pensar, refletir, gravar, editar e fluir cinema e vídeo. Não existe uma pretensão acadêmica, crítica ou hermética, mas um fluir de palavras e sensações de quem escreve. - pode ser quebrada - sem sentido - abstrata ou poética - o que é mais importante é o valor do registro de avaliação de uma obra que poderia passar despercebido - por ser curta, média ou longa metragem de pessoas que ainda estão começando ou não trilhar o universo do fazer cinematográfico.   




"CINE OLHAR (D)ESCRITO" CODE01 - 19/05/2012:


BEYONCÉ PODE SER VOCÊ,  
BASTA TRILHAR O CAMINHO DOS TIJOLOS AMARELOS.

por Diaulas Ullysses


Só o desejo não faz um filme -  é necessário pessoas que apostam na sua ideia – e acima de tudo tem de ter respiração e transpiração do diretor (neste caso do Valter Rege) na realização de uma obra audiovisual que, como muitos brasileiros, não possuem apoio ou subsídios para realizar com mais técnica cinematográfica suas obras. Mas nem por isso, Valter Rege, esse guerreiro e sua trupe desistiram, durante dois anos,  de trilhar o caminho de seu cinema.

O filme “QUERO SER BEYONCÉ” começa numa sequência de imagens coladas, desprendidas da Diva pop verdadeira Beyoncé (Beyoncé Knowles)surge uma mulher loira, presa dentro de si e “perdida” – essa é personagem principal, de nome Monalisa (Giovanna Assumpção)- talvez isso seja o mérito maior deste filme de média metragem  - ele não escolheu cair no lugar comum – pois a cantora norte americana Beyoncé Knowles é negra, alto astral e querreira no mundo musical. Para nossa surpresa ela trilha o mesmo caminho, ou nos leva ao caminho semelhante a da cantora, que em suas canções e suas declarações busca levar para seus fãs e seguidores o caminho do fortalecimento do ser humano – ela não quer só vender sua música ou seu DVD de show – ela quer provocar mudanças nas pessoas em volta do mundo – isso não vem de agora – os músicos na década de 1980 resolveram com menos tecnologia abraçar movimentos de apoio e arrecadação de dinheiro para salvar milhares de pessoas, neste caso, da fome e doenças – foi o caso do LIVE AID com o roqueiro irlandês Bob Geldof, Bono VOX na Europa e numa jogada de marketing nos EUA, Michael Jackson e Quincy Jones juntaram alguns astros da música da época e lançaram o “We Are The World”.

Vou buscar realizar um pequeno “paralelo”, divertido e sem pretensão acadêmica, resguardando suas devidas proporções artísticas e históricas, entre a historia do filme “QUERO SER BEYONCÉ” de Valter Rege com o filme “O MAGICO DE OZ” dirigido por Victor Fleming. Neste último filme citado, Doroty (Judy  Garland) e seu cãozinho vivem isolados e sem rumo no sítio – em “QUERO SER BEYONCÉ” surge uma personagem muito parecida neste sentido, Monalisa (Giovanna Assumpção) que aparece desfocada, numa alusão a sua própria vida – cheia de dúvidas, confusa – perdida e sem rumo.
Ao vermos ela perdida, principalmente no convívio do casal em casa – onde a fragilidade da relação e a falta de caráter de Douglas marido de Monalisa – nos leva a um homem frio, cauculista, sem caráter e cheio de falta de companheirismo.

A entrada de Monalisa (Giovanna Assumpção) na academia dentro de um Centro Cultural – a descoberta da música da BEYONCÉ – dos movimentos da dança e da força da amizade, principalmente de DORA são muito parecidos com as vivências da personagem Doroty (Judy  Garland) – com isso, volto de novo ao “MAGICO DE OZ” por conta do sonho, da esperança – da busca de algo além de um sítio sem cor e sem vida. Quando a menina chega ao mundo de “OZ” ele é colorido, cheio de festejos e personagens que dançam, povoado de Bruxas que atormentam Doroty; mesmo assim ela encontra alguns amigos e vão na busca do caminho dos tijolos amarelos, para solocionarem, junto ao grande mágico, salvar suas vidas sem rumo. Mas, em ambos os filmes, quem salva realmente é o esforço e a capacidade de transpor o que cada um tem dentro de si – o amadurecimento – que mesmo com suas dificuldades e suas buscas intermináveis – passando por tudo e por todos a sua frente, nunca desistiram do seu ideal.

No filme “QUERO SER BEYONCÉ” as músicas e as coreografias ficam descoladas, desconectadas  - podendo se dizer que é um erro da direção – mas logo poderá perceber que tudo é intensional e de propósito  – buscando um jeito de colocar não uma proficional da dança no palco, mas uma mulher em busca do moviento da vida e da dança com paixão. Podemos notar a força do filme na hora do show da transformação – onde o diretor nos trás cenas e movimentos conscientes e de pura reflexão. Primeiro que ele nos trás um refletor com a personagem principal em off, dizendo algumas palavras, tais como: “eu só precisava mover meu corpo e ser eu mesma – chegou a hora do Show” – ele primeiro brinca com a iluminação forte e cheia de contrastes – dentro de um colorido absurdamente provocante e sensual. Nos leva a um ritmo musical frenético e infernal, depois passando por cores frias, como os tons de azuis, elevando-a ao Olimpo.

Mas ela cai em si, e volta a terra, quando  Douglas , o vilão, apronta novamente  - vemos ali uma Monalisa (Giovanna Assumpção) fragilizada pelo amor;  contrastando com a falta de escrúpulos dele. Então ela cai na chuva do choro para esfrir e  se purificar em meio a Avenida Paulista e as picantes pilatras vermelhas do MASP. E tudo começa a esquentar o coração e se transformar realmente na vida de Monalisa.
Numa aparição bem construída e fluente, pela primeira vez a imagem da Diva verdadeira (BEYONCÉ ) aparece num palco cantando e dando conselhos para seus fans – “a mudança tem de vir de você ” – e Monalisa numa fúria gigantesca rompe seu silêncio e mostra ao mundo que ela também e capaz de vencer. Como Doroty (Judy Galand) ao voltar para o sítio,  Monalisa volta a Avenida Paulista - descobre que a vida é cheia de encontros e direções  - basta não perder a fé e a coragem de trilhar, buscar e transformar  o caminho dos tijolos amarelos em algo melhor do que pisamos atualmente.




 “QUERO SER BEYONCÉ”  direção Valter Rege
no Cine Eldorado, hoje (19/05/2012), as 19h. Gratuito.






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